domingo, 14 de setembro de 2014

Conselho de Justiça (de Fruta e Café com Leite)

Esta semana, Mário Figueiredo, Presidente da Liga de Clubes, deu uma entrevista. Tudo bem até aqui e perfeitamente normal. O conteúdo da mesma foi bastante pertinente em alguns momentos e tocou em vários sítios que implicam o poder que continua silenciosamente instalado. Repercussão na Comunicação Social nos dia seguintes? Pouca ou nenhuma. Tudo mal até aqui e perfeitamente anormal.

Ou será perfeitamente normal? Que mais provas é preciso para se perceber quem manda nos media?

O tema por trás da entrevista, ou pelo menos o que a motivou, foi a decisão do Conselho de Justiça de anular o resultado da última eleição. O excerto da seguinte entrevista abre algumas portas:


Como se chega lá? Começa-se pelo princípio de tudo. Num esquema de corrupção, quando se quer perceber onde está o poder, existe uma frase do documentário "All The President´s Men" que é bastante conhecida: "Follow the money".

O dinheiro deixa rastos, que por norma levam até os altos escalões do poder. Se, por hipótese, fizéssemos esse exercício, assim ao calhas sei lá, ao futebol Português, seguir o dinheiro significa perceber quem tem o poder de, com o abrir e fechar da torneira, fazer sufocar certos e determinados clubes.

No caso em apreço, escolhido ao acaso apenas para efeitos meramente ilustrativos, esse poder recai sobre a Olivedesportos. Sendo os orçamentos dos pequenos clubes tão dependentes das receitas televisivas, qualquer variação nesse valor pode ser a morte de um projecto. Por isso, facilmente se percebe que exista subserviência de tanto clube perante o poder instalado, perante a mão do dono que lhes dá de comer.

Certos presidentes de pequenos clubes, de tão submissos que são, passam uma imagem ridícula tal de subalternismo... que até mete dó. (Hello para a zona de Estoril, como está o tempo em Coimbra?)

Um poder destes defende-se tentacularmente, está enraizado até ao tutano, sabe onde é suposto estar para dominar e poder exercer o seu poder de influência. Tem que controlar os centros de decisão.

Desde há muitos anos que se percebeu que um dos centros do poder, totalmente corroído pelo sistema instalado, é o Conselho de Justiça da FPF. É o último bastião do polvo, uma espécie de braço adormecido que só é usado em última instância. É um ás de trunfo, embora para mim seja mais um Joker, porque me faz lembrar palhaços. Palhaços, circo. Bate certo. 

Qualquer que seja a decisão que as instâncias inferiores tomem, há a certeza de que tudo será revertido, tudo é anulável e dirimível, usando sempre os maiores contorcionismos possíveis na letra da lei. Contorcionismo, circo. Cá está, ajusta-se.

Só assim se percebe a constante e permanente anulação das decisões que sejam proferidas, sempre e constantemente a favor dos mesmos que estão instalados. Só assim se percebe Apitos Dourados, Boavistas, eleições anuladas, para dar os exemplos mais mediáticos.

Mário Figueiredo sabe que o Sistema existe ali e por isso já sabia que teria que recorrer para os Tribunais, porque qualquer decisão vinda do CJ seria sempre a favor de novas eleições, desse por onde desse.

A tristeza desta constatação é apenas o verificar de que pouco ou nada mudou de há anos para a cá. A impunidade mantém-se e o Polvo soube escolher outras rochas onde se esconder, estando ainda mais ilusivo. Usa marionetes adestradas como Santos Serra, Presidente do CJ da Sicília, (só falta dizer viva ao Porto! sempre que abre a boca) para movimentar a sua influência. Marionetes, circo. Montem a tenda.

Este senhor tresanda a Sistema. A sua forma de falar com  despeito, as suas inflexões na voz carregadas de ódio e de soberba por se sentir mais que os outros por ter sido mandatado para se sentar no trono que algum Papa lhe deu, mostra bem até onde isto chegou.

E assim, silencioso e a coberto de uma Lei federativa que foi feita e pensada pela corrupção, consegue-se sempre controlar tudo o que se passa lá para baixo, no sopé do pedestal. Pedestal com base de barro, mas que tem custado a partir, raios!


O vídeo acima deve ser visto e depois revisto com os olhos fechados. Por magia, parece logo que estamos a ouvir uma entrevista de alguém ligado à estrutura do Contumil FC. O Sotaque ajuda ao efeito. E lá está, magia. O Circo voltou à terrinha.

E não me venham com a história de que este senhor já ocupou altos cargos, o caso Apito Dourado apenas demonstrou o contrário, que os Tribunais do Norte não se dão ao respeito e estão manietados por alguns no sítio certo que lhes devem muito. "Aveiro Connection", esta porcaria diz-vos alguma coisa?

Porcaria, porcos. Porcos não há no circo. Curral, Contumil FC.

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